Quando se desveste
Dessas suas pétalas
Descobre-se poeta
Que tão nu de veste
E essência de flores
Ignorando os pudores
Rima seus clamores
Com ranger de dores
Cantiga militar,
por Eder Quintão
De Portugal foi Salazar
Mas acabou dando azar
Pois mandou-o passear
Escalando,
por Eder Quintão
Ao ouvir
DÓ vibrei
E confiei
Meu cavalo não falava inglês,
por Luciano de Castro
Eu não tinha princesa
Não tinha bodoque
Não tinha pião
Mas tinha um cavalo e isso me bastava
Engrenagem,
por Lourdes Gutierres
As horas passam rangendo
Deixam atrás de si
ruído da engrenagem
Poesia em forma de ventre prenhe,
por Eder Quintão
Angústia
O que seria?
Ares,
por Paulo Akira
cheiro de pé
cheiro de boceta
cheiro de porra
cheiro de sovaco
cheiro de boca
carne de tantos cheiros
Canção do Paraíso,
por Eder Quintão
Minha terra tinha palmeiras
Aonde cantava o sabiá
As vozes que lá cerceiam
Não cerceiam como cá
Eis do que gosto,
por Julio Miranda
Apaixonar-me! Sonhar acordado, sorrir desvairado e sem motivo aparente! Correr ofegante, sem um quê de urgente, ter febre e tremores, delírios e dores, tal fosse doente!
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É manha minha,
por Vera Celms
Choro de dor De sono, de bravo, Se a fome for grande demais Choro se você briga comigo Também não gosto de castigo Não gosto
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