Idosos são os idos que não se foram. Alguns são quietos, outros agitados. O corpo recortado em fragmentos marcados por dores, sem, entretanto, perder lampejos de bem estar com o ínfimo, o imperceptível apenas esboçado em fragrâncias evanescentes. Buscam encontrar-se encaixando peças espalhadas a esmo.
Vivem em contínuo estranhamento, a espécie não os preparou para envelhecer. Na adolescência estranharam a pujança, agora estranham o declínio. Tropeçam com frequência, os membros sem elasticidade, as mentes oscilantes.
Confundem memórias do que foi e do que poderia ter sido, esquecem e recordam, amores, desamores, sucessos e fracassos, águas claras e tempestades, se aquecem e tremem de frio, é inverno ou são os calafrios da escuridão? Não distinguem e tampouco lhes importa. Há um fio que lhes prende o sopro, nele se seguram com vigor que não sabiam possuir.
As mãos tremem e os olhos reluzem, condensaram a beleza que os impregnou, condensaram a tristeza do mundo, brilham porque finalmente compreenderam que as miudezas são eternas.
Lindo texto. Muito preciso, revelador e sensível.
Grata pela leitura e compenherismo literário!
Liliana, achei mto bonito o seu texto. Me vi refletida nele de uma forma poética. As miudezas são eternas. Uma beleza! Parabéns.
Que bom apreciarmos junto miudezas e grandezas!
As miudezas são eternas, pena que demoramos a conhecer essa preciosidade que nos é dada o tempo todo, mas há pressa na juventude…
Obrigada pelo texto.
Beijos
Sim Lilian, parece que o tempo natural é o da infância: pressa na juventude, morosidade na velhice…
Pois é…😘
Lindo texto. Profundo e sensível. Só escreve essas preciosidades que viveu e soube ver de verdade. Parabéns, Liliana!