Bem, amigos que gostam de música de qualidade tanto quanto eu, acho que devemos nos aprofundar um pouco mais na música clássica atual. Já fizemos nossa cabeça durante décadas com composições barrocas, clássicas e românticas. Nós, os velhos, precisamos ouvir os novos.
Para tanto apresento a vocês Pēteris Vasks, fantástico compositor contemporâneo, indicado por meu professor do curso de Harmonia e História da Música, Alexandre Spatz.
Pēteris Vasks, compositor e contrabaixista, nasceu em abril de 1946 na cidade de Aizpute, na Letônia, filho de um pastor batista. Impedido de estudar composição na Letônia, devido à política repressiva dos soviéticos em relação aos batistas, entrou no Conservatório Estadual em Vilnius, na vizinha Lituânia, e foi aluno do compositor russo Valentin Utkin.
Vasks tem uma forte ligação com questões ambientais e um senso de reverência pela natureza que pode ser encontrado em muitas de suas obras, como o Quarteto de Cordas nº 2 (1984), Cantábile (1979), Música dolorosa (1984) e outras mais. A música é a maior das musas, ele diz, porque é atraves dela que se chega ao divino de forma mais fácil.
O passo inicial para tornar-se conhecido fora da Letônia, na década de 1990, foi dado quando o violinista Gidon Kremer se interessou pelo seu trabalho. Pēteris Vasks considera que sua família na música são Arvo Pärt, Henryk Mikołaj Górecki, Gija Kančeli, Valentin Silvestrov e Avet Terterian.
Hoje, Vasks já é um artista maduro e consagrado e com peças executadas por grandes orquestras mundo afora, mas muitos ainda desconhecem sua música, assim como a produção de música de concerto dos séculos XX e XI.
Então, a primeira peça que eu quero trazer pra vocês é seu concerto para violino de subtítulo “Distante Light” (luz distante). É uma peça que literalmente tira o fôlego. Com performance ao vivo sensacional do violinista Marc Bouchkov e da Orquestra Sinfônica de Rádio de Frankfurt. Ouçam que obra mais cativante e intensa!
ATENÇÃO: recomendo a experiência com fones de ouvido para um mergulho mais profundo na beleza da música contemporânea
Outra absolutamente deslumbrante é sua peça para orquestra de cordas chamada “Música Serena”. Que vocês ouvem na regência do maestro letão, Normunds Snê.
E outra absolutamente celestial é “The Fruit Of Silence” para coro e orquestra com o Latvijas Radio Koris, Sinfonietta Rīga, regência de Sigvards Kļava.
Uma mais linda que a outra…
Para quem se interessar, mais algumas outras peças:
Vox amoris, de Pēteris Vasks, Australian Chamber Orchestra, regência de Richard Tognetti
Voices, de Pēteris Vasks, pela Sinfonietta Riga na Igreja de São João, em Riga
Da pacem dominis, de Pēteris Vasks, regência de Sigvards Kļava
Léo:
Genial! Absolutamente genial! Desses todos eu só conhecia Arvo Pärt e Henryk Górecki!
Como é possível que tenham criado esses sons tão sublimemente diferentes com as mesmas caixas musicais usadas há tantos séculos? O repertório parecia extinto depois dos Stravinskys do século 20… O que ouviremos no século 30 é o que me ponho a imaginar…. Como serão os novos sons? Serão os mesmos instrumentos? Os que inventaram essas caixas não poderiam ter sonhado tudo isso !
Léo, como sempre seus posts lítero-musicais são ótimos. Esse Vasks é incrível e a Distant Lights apreciada com fones de ouvido é maravilhosa.
O mundo precisa parar para ouví-la.
Leo, sensacional. Novo. volto a você logo mais!
vi a primeira vez e nao esqueci mais. voltei para consulta
mas quero lhe escrever de coração!
beijo amigo