O sexo sem estímulo, desejo, murcho.
Nos ouvidos o som do lamento, lamento, lamento…
nada. […]

O sexo sem estímulo, desejo, murcho.
Nos ouvidos o som do lamento, lamento, lamento…
nada. […]
Perguntou-me
numa noite escura como estampar no rosto anúncio de novo poema. Queria encobrir cicatrizes com molde da alegria. […]
No pragmatismo da urbe, não cabe ter dó de planta, sentimentalismo banal
Na sociedade moderna, mobilidade é tudo e uma placa de trânsito é fundamental […]
Osso de latifundiário, osso de posseiro, osso de beata, osso de meretriz
Tudo vira a mesma matéria: dura, inerte, calcárea
Tudo vira o mesmo despojo
Reunidas no tear/mulheres tecem/
fios e ciclos/
de um tempo lunar
De Portugal foi Salazar
Mas acabou dando azar
Pois mandou-o passear
Vago tempo
Do eterno outono
brota anseio de renovação
Ao ouvir
DÓ vibrei
E confiei
Eu não tinha princesa
Não tinha bodoque
Não tinha pião
Mas tinha um cavalo e isso me bastava
As horas passam rangendo
Deixam atrás de si
ruído da engrenagem