Um sacolejo forte desmanchou o devaneio. Trechos esburacados da estrada tornaram a viagem mais lenta e sacolejante até o desembarque, horas depois. Na noite quente da Bahia, três jovens mineiros, mochilas nas costas. Uma rápida exploração do entorno, um lanche na padaria – regado a muita cerveja – e se instalaram numa pousada próxima à rodoviária. O dia seguinte era dois de fevereiro: festa de Iemanjá. Téo não fazia ideia do que o esperava.
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Avó Mestra, por Carlos de Castro
Santana é nome de bairro, de linhas de ônibus, estação do Metrô, de cidades. Muitas cidades: Do Livramento, de Parnaíba, Feira de Santana. Conheci até a minúscula Santana da Ponte Pensa, lá para os lados do Rio Paraná. Está também no nome das pessoas, como Sérgio Santana, grande escritor brasileiro. Evidentemente nomeia a própria santa, embora a maioria das pessoas não se dê mais conta disso.
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Avonidade, crônica de Carlos de Castro
Pesquisei um pouco. Achei referências acadêmicas a avosidade; já o GPT sugeriu avoanidade. Não, não, obrigado. Já que nenhuma delas consta dos dicionários, nem do vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras, enquanto os especialistas não se pronunciam vou ficar mesmo com a palavra que me ocorreu de início. Então, por favor dicionários digitais, incluam “avonidade”: vínculo imaterial de afetividade entre avós e netos.
Continuar lendoA Luz, a Sombra e o Tempo, por Carlos de Castro
Ganha largueza o panorama visto do alto. Vive-se um “aquecimento” do
tempo e, intuitivamente, percebemos o aumento da velocidade com que gira o
dia-a-dia em nossa pequena megalópole. Apesar disso, o tempo por vezes relaxa, espraia. Aqui e ali dá “um tempo” para si mesmo. Como pode?
A força da grana, crônica de Carlos de Castro
– Você não estava sabendo? Só vamos ficar abertos até o final do mês.
A conversa se deu quando eu chegava a academia para um dos meus dois ou três treinos semanais. Me espantei quando vi um técnico desmontando o belo painel luminoso da entrada. Ao perguntar à recepcionista o que tinha acontecido, fui surpreendido com a resposta. Depois percebi que haviam colocado uma nota no quadro de avisos.
São Paulo se autodevora.
#memórias
Botões,
por Carlos Fernando de Castro
Vai pro gol!! O alerta obrigatório antes do chute contra o gol adversário continua o mesmo, mas cada época, cada local e cada geração associa esse grito a diferentes imagens e recordações. Um grito que desperta emoções. Voltemos à São Paulo da década de 60. Mais especificamente à tranquila rua Guia Lopes na Mooca.
Continuar lendoQuestões Vetoriais (Crônica do engenheiro doido),
por Carlos de Castro
Coincidiu de São Paulo atravessar uma conjunção astral nefasta. O tráfego mais intenso da época natalina encontrou pela frente um conjunto de interdições viárias típicas de períodos pré-eleitorais, desenvolvidas pelo DMOL – Departamento Municipal de Obras Lentas. De maneira que, para não pirar enquanto pratico um pouco mais de rastejo veicular, observo o ambiente em busca de detalhes que normalmente passariam despercebidos.
Continuar lendo#boashistórias….com música
La Valse, por Carlos de Castro
Brasileiro, jovem, fazendo curso de regência em Budapeste chega ao ensaio: La Valse de Ravel. Orquestra de estudantes húngaros, naturalmente. Com sua língua inexpugnável.
OUÇA COM A MÚSICA
A respeito do Nada,
Carlos de Castro
O escritor e amigo Luciano de Castro abre seu saboroso livro de crônicas “Os Óculos do Poeta” com a citação de Manoel de Barros:
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
De Dentro do Espelho nº4,
poema de Carlos de Castro
Ouve pouco, fecha-se em si mesmo – mesmo que portas se fechem, ouve
Mentes enrijece, atrofia, mata – mata adentro, espia todos os entes
Continuar lendoVou te contar, crônica musical de Carlos de Castro
A história da letra de Wave é conhecida, mas não custa relembrar. Tom Jobim havia composto a música e pedira a Chico Buarque para fazer a letra. Ocorre que havia um prazo para entregar o trabalho: seria tema de uma novela. O prazo se esgotando e nada do Chico entregar a letra. Quando Tom faz uma última cobrança, Chico avisa que ainda não conseguira fazer a letra, mas já tinha o primeiro verso: “vou te contar”.
Continuar lendoO Último Leitor, de Ricardo Piglia, e a Livraria Cultura, juntos na crônica de Carlos de Castro
Salvemos esse templo onde infinitas relações entre livros e leitores foram geradas, que tem servido de palco para inúmeros encontros com escritores, ponto de resistência das relações presenciais entre amantes da vida literária e do universo paralelo da cultura.
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