Sou avó há uma semana. E não chego aos pés da avó que tive. Olho pra minha netinha, aquela pessoinha mínima e penso na minha avó. Ah, como você adoraria a minha avó! Ela deixava faltar aula quando estava chovendo, fazia pudim de leite sem furinho e contava casos da África, lugar onde nunca foi, mas que me embalavam em aventuras maravilhosas.
Continuar lendoA MINHA ASTRONAUTINHA, por Lilian Kogan
De repente, me pergunta onde estava minha mãe.
– No céu, Alice. Uma estrelinha lá no céu.
– E você vê ela?
– Vejo à noite, quando tem estrelas no céu. Mas ela também está aqui no meu coração.
– E seu pai, vovó?
– Ele também está lá no céu.
#avozices
Ser avó, por Liliana Wahba
Ser avó é ter amores redobrados
Escrever histórias gravadas na profundidade da alma
Redescobrir o encantamento do mundo
e renovar visões inesperadas
#avozices
Avonidade, crônica de Carlos de Castro
Pesquisei um pouco. Achei referências acadêmicas a avosidade; já o GPT sugeriu avoanidade. Não, não, obrigado. Já que nenhuma delas consta dos dicionários, nem do vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras, enquanto os especialistas não se pronunciam vou ficar mesmo com a palavra que me ocorreu de início. Então, por favor dicionários digitais, incluam “avonidade”: vínculo imaterial de afetividade entre avós e netos.
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FLECHA NOVÍSSIMA, por Luciano de Castro
(Para Ana Rita)
Esse negócio de escrever pra neto — nascido ou prestes a nascer — não é novidade na literatura. Basta uma olhadela no Google, e lá se encontrarão, aos montes, registros enternecidos de avôs e avós arrebatados pelo encanto da “avonidade”. Em 1980, Hélio Pellegrino escreveu um bilhete pro seu neto Francisco, que acabara de nascer. A amorável cartinha, donde roubei o título desta crônica, deveria ser entregue ao rapaz apenas na virada do século: dia 31 de dezembro de 1999, quando Chico estivesse com 20 anos.
#avozices #essesnossosnetos
Soneto a neto
por Eder Quintão
(Para Bernardo P. Quintão)
Tece criança uma prece/Ao sol que paira perene/Grata quando amanhece/À luz que fornece solene/Sempre que à terra desce/E a noite logo esmorece
Jokinha e eu, por Elisa Dias Baptista, nossa autora convidada
Eu e Jokinha temos rituais alimentares que deixam a cerimônia do chá no chinelo. Ou melhor, sendo mais modesta, criamos apenas uma versão infanto-ocidental para esse demorado, sofisticado e tradicional ritual. A nossa cerimônia do cafézinho brazuca é pautada com a mesma exatidão que o relógio que faz tic tac e com o cuidado com que o coração faz tuc tuc. Mesa pronta. As vaquinhas da toalha sorriem pra gente mugindo bom dia. Confortavelmente sentado no cadeirão verde e abóbora, Joka veste seu milenar pijama de ursos.
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ALICE E A VIAGEM PARA A ITÁLIA,
por Lilian Kogan
Era dezembro e eu tinha acabado de chegar de viagem, estava com muita saudade da Alice, minha neta. Fui buscá-la na escola. – Vovó você sabia que eu vou morar na Itália? – Nossa, acabei de voltar de lá, que coincidência, Alice. Eu não estava sabendo, quando será ? – Antes do Natal, hum, não sei, talvez depois… Quanto tempo falta pro Natal? – Tá pertinho, Alice. – Tá, acho que vou depois. – Mas por que você quer morar na Itália?
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