– Há quantos anos nos conhecemos?
– Vixe! Não sei.
– Pensa…
– Desde 1972… faz 45 anos.
– Já testemunhou dois casamentos meus e muitas outras coisas.
– Fui eu quem armou um deles.

– Há quantos anos nos conhecemos?
– Vixe! Não sei.
– Pensa…
– Desde 1972… faz 45 anos.
– Já testemunhou dois casamentos meus e muitas outras coisas.
– Fui eu quem armou um deles.
Não era muito dinheiro, ela podia comprar, tinha os seus guardados. Não era baratinho também, mas o menino merecia. Ia demorar pra poder usar, mas era um sonho aqueles lápis, vinham em uma caixa de metal com cada um desenhado na capa. O patrãozinho saberia fazer desenhos bonitos com eles, coloridos. Suas mãos agora duras não dariam conta de pegar num lápis, faltavam-lhe firmeza e destreza.
Continuar lendoEntão, como se diz em São Paulo para iniciar qualquer frase, hoje vou falar da Paulicéia. Em realidade, sobre linguagens e maneirismos, é bem verdade que o baixo Rio de Janeiro inicia suas falas hoje, com um então, o que que acontece (sic).
Então, o que que acontece? Acontece que sou carioca
Continuar lendo—Senhor Ronaldo, pode entrar, por gentileza. — Ah, obrigado. Hoje foi rápido, hein! —Sim. O Dr. Marcondes está aguardando o senhor. Segunda porta à direita.
Continuar lendo… quando vi, de repente, um enorme dromedário aparecer na minha frente, saído do nada. Ele estava babando muito e literalmente dançando, dando voltinhas, cruzando as patas, escorregando no asfalto e dando saltos, antes de cair, levantar e recomeçar suas piruetas.
Continuar lendoTua brancura
Como de flores
Nesta alvura
Exala odores
E cores reflete
Da pele pura
Que te reveste
De candura
Mas tua pele escura
Absorve as cores
E nesta labuta
Emana suores
Na dura luta
Da desventura
Que te enluta
Preta, pobre e puta
Continuar lendoSenhor/dai-me um pé carregado
de esperanças maduras/dai-me o caminho da casa de minha vó/dai-me o pedaço de inocência que esqueci lá em Minas/dai-me um verso de Adélia Prado pra eu me aconchegar e chorar
Poderia fazer uma coleção interminável de canecas e xícaras. /
Descobri que não gosto de quadros sem título./
O minimalismo não me afeta./
Prefiro os paradoxos da arquitetura bruta/ brocada de pensamento barroco.
…esse tipo de história nasce nos Estados Unidos, pouco depois da Primeira Grande Guerra, quando revistas pulp, como eram chamadas as publicações baratas e sensacionalistas, impressas em papel amarelado, começaram a dar chance para autores que quisessem publicar histórias violentas, mas cheias de humor, que escondiam, sob tramas aparentemente despretensiosas, críticas contundentes à sociedade americana.
Continuar lendoÀs 12:20 a luz do sol bate inclemente, fazendo com que a sombra flutue deslocada do corpo, que se move com hesitação. A ilusão da luz faz acreditar que são quatro as pernas, em vez das duas, delgadas, que tentam escalar a parede lisa. Ela tenta e cai, tenta e cai…
Continuar lendoHavia sempre um aroma convidativo no ar. Essa alegria de fazer para os outros me contagiava. Ficar na cozinha era um verdadeiro prazer. E poder ajudar era quase celestial. A colher de pau estendida com a mão de uma delas por baixo, a segurar, para não vazar, o caldo que escorria para dentro da boca, à espera, em coro suspenso, do seu veredito – “mais sal” ou “menos sal” – me colocava no Olimpo da culinária judaica.
Continuar lendoPoesia é o que só os poetas sentem/ Ou o que eles sentem é só ela?/Poesia é o que o poeta lembra/Ou o que do poeta se lembra?/Poesia é voz de poeta/Ou poeta é voz dela?/Poesia é chorar a perda/Ou perder-se a chorar?/Poesia é mar de lágrimas sentidas/Ou lágrimas sentidas ao mar?
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