São muitas as Jerusaléns, todos sabem. Também as minhas. As imaginárias e as vividas. As épicas e as reais.
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São muitas as Jerusaléns, todos sabem. Também as minhas. As imaginárias e as vividas. As épicas e as reais.
Continuar lendoPor um fio de cabelo, a vida da iraniana Mahsa Amini foi apagada. Um espancamento brutal pela “polícia dos bons costumes”. Tinha vinte e dois anos. Morreu por uma mecha de cabelo que ficou de fora do véu islâmico. (…) o lembrete escrito a sangue fresco para que todas as mulheres daquele país prestem atenção quando uma dentre elas não cobrir seus cabelos
Continuar lendoLogo cedo, ali pelos dezoito anos, foi selecionado entre vários meninos para ser auxiliar de sapateiro. Parecia um emprego simples, mas não era. A sapataria era de luxo e pagava três vezes mais do que qualquer outra. O negócio era sólido como uma rocha e prometia vida e velhice seguras. Parecia pouco para o menino Eustáquio que gostava de estudar, ler e sonhar.
Continuar lendo“O Brasil foi colônia de Portugal por 400 anos”, penso, ao deitar meu olhar no horizonte. Acomodada sobre uma pedra cavada pelo vento, encimada sobre uma rocha, contemplo ondas espumosas a bater na muralha de pedra cuja altura pode induzir a um suicídio, por tão sublime visão.
Continuar lendoUm banco no calçadão, O Velho e o Mar, a vista de Ilhabela
São Sebastião, rua da Praia. O fato é que Amâncio chegou cedo. O comércio só abre às 9:00. Não deu oito e meia ainda. Huum, melhor esperar, caçar um café, alguma coisa para ler – existiriam bancas de jornal ainda por aqui? Opa, olha só! Um banco vazio no calçadão…Sentou-se.
4 da manhã, não ia abrir os olhos. Não ia olhar o relógio ou acender a luz. Ia fingir que estava dormindo. Não consegui. Acendi a luz. Será que rezar adianta? Mesmo que não, eu rezo. Todos os dias. Às vezes várias vezes. Incomodo Deus com a maior liberdade.
Continuar lendoAs mãos tremem e os olhos reluzem, condensaram a beleza que os impregnou, condensaram a tristeza do mundo, brilham porque finalmente compreenderam que as miudezas são eternas.
Continuar lendoEu vivo preocupado/Pois raramente bebo/E jamais estressado/Meu fim não concebo/É que ignoro meu fado/Neste corpo tão sarado/Colesterol normalizado/Com pulmão exercitado/Vivo assim perfeitamente/Com “check up” bem feito/Corro bem diariamente/E pratico nado de peito
Continuar lendoDesse tempo que passou/Guardo alguns fragmentos/Sumaúma em chamas/Ossos de onça/Cinzas de tamanduá/E a mentira atroz: /− tudo preservado/− nenhuma devastação.
Continuar lendoUrdidura do destino. E nela, o cansaço pela busca de moradia. Quando dobraram a esquina, o alívio. A menina foi a primeira a avistar a placa na casa: aluga-se. Paredes descascadas, vidros quebrados, algumas manchas de mofo, ficava junto a um córrego. Dava para ver, ao fundo, o pomar abandonado e a bananeira com cachos maduros.
Continuar lendoE lá vai o conto…. Era uma vez, num amanhã qualquer…uma mulher e um homem. Não, não são uma mulher e um homem, olha lá,
Continuar lendoNos reunimos em volta da mesa, louças e talheres de minha mãe. Ela no quadro, nos olhando de lá. As travessas ganharam comidas gostosas, as taças, vinho gelado. Os cachorros, depois de pular em todo mundo, finalmente calmos. Arranhões, fios puxados, ninguém reclamou. A música do Spotify de alguém não atropelava a conversa. Ninguém gritou, conversamos alegremente, colocando em dia os muitos dias que passamos sem nos falar. Vida que segue. Depois, de barriga cheia, os presentes. Sempre bom, sempre carinhoso, como se tivéssemos escolhido esse dia pra dizer que nos gostamos e queremos que cada um ganhe algo que tenha a ver com ele. E mais depois ainda, um deita no sofá, a outro põe o pé na cadeira, a mesa, meio posta meio depenada, abriga mais conversa fiada. Não arredamos pé. Muita coisa pra contar. Lembranças divertidas. As luzinhas piscando enroladas num galho de árvore lembram o povo que é natal. Ou quase. É um natal. E da-lhe mais conversa fiada. Até que um levanta, o outro aproveita e também começa a se arrumar. Um quer uma quentinha com pernil, a outra, vegetariana, só quer a lentilha. Os que vão viajar saem de mãos abanando, só com a sacolinha dos presentes. Todos se beijam, agradecem o jantar. A Maria, responsável por grande parte, recebe merecidos elogios. Pratos empilhados, talheres separados… ai como odeio lavar talheres! A música foi-se com alguém. Apago as luzinhas frenéticas, olho os cachorros, exaustos, caídos pelos cantos, minha cama fofinha. Que noite boa. Sem fotos. Esquecemos. Só vivemos. Acredite quem quiser. Desejo a todos um natal assim, calmamente feliz.
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