Foi hoje notícia
De muita tristeza
Morte atropelada
Na esquina, o lar
Onde foi achada
Famosa princesa
Autoproclamada
Foi vista a pobre
Sem suas tralhas
Nesse bairro nobre
Encontrada na rua
Sob as mortalhas
Daquela pele nua
Que jornal encobre
De coluna envergada
Nesse duro caminhar
Pelos anos castigada
Só teve rua como lar
Mais nuvens por teto
E caridade o sustento
A prover-lhe alimento
Mas reinava os súditos
Quando então foi objeto
De atropelamento súbito
Que decretou fim da vida
E sem qualquer escarcéu
Fez a princesa da avenida
Partir como rainha do céu
Agosto de 2024
Eder, só mesmo um poema para marcar a transformação da Princesa em Rainha.
que pena! ela estava no bairro há tantas décadas. tinha um lance com as águas.
às vezes falava sozinha – e, pra mim, nesses monólogos, parecia uma grande atriz.
soube da morte dela pelo seu poema…
rip
<3
Muito triste, deu no jornal.
Cheguei há pouco no bairro, mas ela logo se fez ver, uma anciã, carregada de tralhas que andava pelas ruas desafiando qualquer possibilidade do caminhar, encurvada quase até o chão.
Não sabia que era Princesa.