Era dezembro e eu tinha acabado de chegar de viagem, estava com muita saudade da Alice, minha neta. Fui buscá-la na escola. – Vovó você sabia que eu vou morar na Itália? – Nossa, acabei de voltar de lá, que coincidência, Alice. Eu não estava sabendo, quando será ? – Antes do Natal, hum, não sei, talvez depois… Quanto tempo falta pro Natal? – Tá pertinho, Alice. – Tá, acho que vou depois. – Mas por que você quer morar na Itália?
Continuar lendo#autoraconvidada
A difícil arte de viver sozinho…depois dos 60
por Thaty Marcondes
Envelhecer é um treco complicadinho mesmo, principalmente quando se é sozinho. Como dizem por aí, realmente é a idade do Condor: dói tudo, além da lei da gravidade e da gravidez (no caso das mulheres) surtirem efeitos drásticos nessa época. Nem o botox disfarça mais as olheiras: “Seu caso é de plástica” – diz a dermatologista.
Continuar lendoQuestões Vetoriais (Crônica do engenheiro doido),
por Carlos de Castro
Coincidiu de São Paulo atravessar uma conjunção astral nefasta. O tráfego mais intenso da época natalina encontrou pela frente um conjunto de interdições viárias típicas de períodos pré-eleitorais, desenvolvidas pelo DMOL – Departamento Municipal de Obras Lentas. De maneira que, para não pirar enquanto pratico um pouco mais de rastejo veicular, observo o ambiente em busca de detalhes que normalmente passariam despercebidos.
Continuar lendo#boashistórias….com música
La Valse, por Carlos de Castro
Brasileiro, jovem, fazendo curso de regência em Budapeste chega ao ensaio: La Valse de Ravel. Orquestra de estudantes húngaros, naturalmente. Com sua língua inexpugnável.
OUÇA COM A MÚSICA
UM HOMEM SIMPLES,
por Lourdes Gutierres
Chega até mim a figura de meu pai que, sem nenhum afago, impunha seu código de virtudes: “nesse caso, você deve agir assim; nesse outro assim assado…”. E sempre, sempre, insistia: há de ter dignidade. Sem que nenhum Sócrates tivesse passado em sua vida, ele procurava extrair argumentos para questões diversas, do cotidiano ou mesmo da complexidade humana.
Continuar lendoÁguas turvas,
reflexão triste de Lilian Kogan
Em 2018, quando estive em Israel procurando um trabalho que fizesse sentido a uma possível mudança temporária de país, um deles me tocou em especial: Women Wage Peace – Mulheres pela Paz. Conheci pessoalmente uma das fundadoras do projeto com quem tive um daqueles típicos cafés da manhã que são puro deleite em um hotel em Tel-Aviv.
Continuar lendoDATA VENIA [odeio gente] – sergio zlotnic
Donde decorre que, agora, feita a exceção em nome da justiça, posso tranquilamente discorrer sobre a relação estapafúrdia entre ‘advocacia pífia e adjetivos úmidos’, meu tema de hoje.
Por que raios eles [os advogados] põem adjetivos em todas as peças jurídicas? Imaginam que têm inclinação à literatura? Pensam que são poetas tuberculosos? Acreditam que as grandes obras da humanidade ganham potência com adjetivos? [quando, sabemos, é justamente o contrário o que se verifica].
Continuar lendoCreiam: não minto
Eder Quintão
Sou conhecido em algumas rodas como pesquisador e ainda preservo minhas faculdades mentais para ser ouvido e lido. Mas ando tão incomodado com certos fatos inusitados que achei melhor contá-los esperando não ser listado entre os malucos irreversíveis. Vamos a eles.
Continuar lendo#crônicas
A PALAVRA PERDIDA,
por Lourdes Gutierres
A roseira na entrada da casa sobe em direção à árvore da calçada, há flores e perfume. Por entre as grades, avisto bancos no jardim, nenhuma presença, nenhum som. A mudez é interrompida ao meu toque na campainha. Espero a chegada de alguém. A casa não está vazia.
Continuar lendo#reflexões
O DOLCE FAR NIENTE DA INEGIBILIDADE
por Luciano de Castro
Desde o dia 30/06/2023, uma palavra paroxítona, pentassílaba, e acentuada por ser terminada em L, passou a ser uma celebridade vocabular. I-ne-le-gí-vel: este foi o vocábulo mais lido, pronunciado, digitado e comentado na última semana pelos quatro cantos do país — e continua em alta, virou trending topic.
Continuar lendoMUITO MAIS QUE BRINCOS, PULSEIRAS E SAPATOS,
por Luciano de Castro
Cuidado, contém ironias!
Está em todos os jornais, e é revoltante como Madame Fleurie vem tendo sua honra enxovalhada nas últimas semanas. Toda essa avalanche de matérias difamatórias surgiu após uma declaração da servidora numa reunião do CSJE —Conselho Superior de Jurisconsultos Estaduais.
Continuar lendoEntão, São São Paulo Meu Amor, por Carlos Schlesinger
Então, como se diz em São Paulo para iniciar qualquer frase, hoje vou falar da Paulicéia. Em realidade, sobre linguagens e maneirismos, é bem verdade que o baixo Rio de Janeiro inicia suas falas hoje, com um então, o que que acontece (sic).
Então, o que que acontece? Acontece que sou carioca
Continuar lendo