Clube dos Escritores 50+ Lilian Kogan Leques

Dos leques e ventos da memória, por Lilian Kogan

Recentemente num curso sobre a Princesa Isabel, a historiadora que nos dava aula mostrou um slide com um leque feito pela própria princesa. Na ponta de cada vareta, o rosto pintado de algum membro da família.

Se o leque fosse da minha avó paterna, alguns retratos estariam decapitados. Ela nunca aceitou a separação da filha. Dizia que ela merecia ser melhor tratada pelo ex-marido. Enquanto tia Rosa seguia tranquilamente sua vida de desquitada, minha avó ainda esbravejava.

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Clube dos Escritores 50+ Blanche de Bonneval A mais negra das noites

A HORA MAIS NEGRA DA NOITE,
por Blanche de Bonneval

Eu estava servindo no Tadjiquistão no auge da guerra civil. Havia combates entre as forças governamentais e os fundamentalistas islâmicos até na capital, Duchambé. O pessoal das Nações Solidárias estava proibido de sair de casa a não ser para ir trabalhar. Me congratulei de já ter feito o meu reabastecimento de gêneros alimentícios no outono em Tashkent, capital do país vizinho, o Uzbequistão, quando as estradas ainda eram praticáveis.

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Clube dos Escritores 50+ José Carlos Peliano amo livros

Uma breve arqueologia do livro e o meu alumbramento, por José Carlos Peliano

Segundo essa interpretação, portanto, cada e todo livro é oferecido e trazido pela memória aos becos e ruelas da recordação e/ou da imaginação povoadas pela vida afora. Se vai ser levado ao público ou não depende de cada um. Seguindo adiante, vive-se dessa forma numa monumental biblioteca universal onde é guardada a memória expressa ou não de toda a existência da vida humana e do meio ambiente.

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Clube dos Escritores 50+ Carlos de Castro Bahia

Bahia, por Carlos de Castro

Um sacolejo forte desmanchou o devaneio. Trechos esburacados da estrada tornaram a viagem mais lenta e sacolejante até o desembarque, horas depois. Na noite quente da Bahia, três jovens mineiros, mochilas nas costas. Uma rápida exploração do entorno, um lanche na padaria – regado a muita cerveja – e se instalaram numa pousada próxima à rodoviária. O dia seguinte era dois de fevereiro: festa de Iemanjá. Téo não fazia ideia do que o esperava.

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Clube dos Escritores 50+ Carlos de Castro Santana Mestra Museu de Arte Sacra de São Luis do Maranhão

#avozices
Avó Mestra, por Carlos de Castro

Santana é nome de bairro, de linhas de ônibus, estação do Metrô, de cidades. Muitas cidades: Do Livramento, de Parnaíba, Feira de Santana. Conheci até a minúscula Santana da Ponte Pensa, lá para os lados do Rio Paraná. Está também no nome das pessoas, como Sérgio Santana, grande escritor brasileiro. Evidentemente nomeia a própria santa, embora a maioria das pessoas não se dê mais conta disso.

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